Você trabalha, viaja, chega em casa louco para conversar e quando chega
dá de cara com seu cônjuge prostrado em frente a um Smartphone ou laptop
fazendo algo que certamente não contribuirá em nada para agregar algum
conhecimento em sua vida; algo do tipo – jogar Candy Crush, Farmville ou
qualquer outra coisa do gênero. Pois é, o mundo em que a pessoa se encontra é
virtual, mas o problema é bem real.

Smartphones, netbooks, Tablets e
mais um batalhão de novos
gadgets
estão tomando o lugar de algo que diferenciam o ser humano dos outros animais;
o diálogo. Existe uma nova citação que diz o seguinte: “A internet aproxima
quem está longe e afasta quem está perto”.
O termo Nomofobia vem do inglês Nomophobia,
que é uma forma abreviada de “No Mobile
Phone Phobia” - algo como “Fobia de ficar sem celular”. Chegamos ao ponto
de voltarmos para a casa buscar um telefone que esquecemos sobre a mesa, mas
não nos damos o mesmo trabalho quando esquecemos algum documento ou coisa parecida.
Os Smartphones tornaram-se prolongamentos de nossas mãos. A única diferença é
que esse novo “órgão” é um inibidor de outro; a língua.
Lembro-me de minha adolescência onde ficávamos em grupos enormes de
pessoas, sentados na calçada da casa de algum amigo, trocando idéias até de
madrugada. Combinávamos encontros nas avenidas principais para terminar os
assuntos que ficaram pendentes na escola. Onde foi parar tudo isso?
A única coisa que a gente
olhava, e de vez em quando, era para o relógio para não perder o horário que
nossa mãe estipulava para chegar em casa. O resto do tempo era preenchido por
muita conversa, piadas, causos, músicas e outras coisas mais.
Ok, você pode me chamar de
retrógrado, conservador, quadrado e do que mais quiser. Porém, serei obrigado a
discordar de você.
Não me interpretem mal, mas criarei um neologismo para definir essas
pessoas; “autistas virtuais”
O Autismo é um transtorno global
do desenvolvimento marcado por três características fundamentais:
* Inabilidade para interagir
socialmente;
* Dificuldade no domínio da
linguagem para comunicar-se;
* Padrão de comportamento
restritivo e repetitivo.
As pessoas já não mais possuem poder de argumentação. A oratória é algo
de luxo, que pertence àqueles que ainda não se contaminaram pela onda
tecnológica. Interagir socialmente resume-se a jogar online com pessoas que
você nunca viu. Caligrafia bem definida é coisa de quem faz convite para
casamento. Relacionamentos resumem-se a dar um “like” no post feito no facebook e atualizar o status de
relacionamento.
O “autista virtual” é o tipo de pessoa que não está em lugar algum. O
portador desta “patologia” tranca-se em seu mundo mental, existente em outro
nível que geralmente não é o mesmo onde estão as outras pessoas em sua forma física.
É capaz de dizer o que acontece em todo o mundo, bater o recorde em todos os
joguinhos, mandar uma mensagem para todos os seus 467 amigos virtuais,
responder prontamente ao primeiro beep
de uma mensagem inbox, mas é incapaz
de perguntar a seu colega de trabalho como foi o fim de semana.
“Tornou-se chocantemente óbvio
que a nossa tecnologia excedeu a nossa humanidade.”
Albert Einstein
Cordial abraço
Prof. Edu Montoya