“Quem tem CHEFE é índio”, foi a frase
que ouvi de um ex-patrão. O que ele não sabia é que eu realmente o via como
chefe, ou melhor, quase um índio.
CHEFE é aquele cara que ocupa tal posição por diversos
fatores. Ou ele foi “obrigado” a ser promovido a tal cargo, por motivos
diversos, ou concedeu-se tal posição. A maioria dos chefes que eu conheci ocupavam
essa posição, se é que podemos chamar assim, pelo fato de serem os donos do
próprio negócio. Sendo assim, estamos diante da mais clássica ordem de chefes
que existe; aquele que se auto-empossou.
Esse “profissional” é, geralmente, aquele cara que acaba
contratando você, pois ele tem a esperança que você seja o que ele não consegue
ser. Desta maneira, quando você acaba por não fazer algo como ele desejou, o
mesmo sofre uma mutação quase que genética e libera então o incrível monstro
engravatado que existe dentro dele.
O que ele mesmo não se dá conta é que o funcionário em
questão foi contratado por ele, sendo assim, de quem é a culpa?
CHEFE é aquele cara que manda você fazer qualquer coisa,
para nenhuma finalidade, de qualquer jeito, no prazo de 5 minutos. Ele também é conhecido pela famosa frase: “Veja bem, você
tem que ver o meu lado”. Lógico que o lado dele nunca será o seu lado.
O CHEFE, quando está na empresa, faz a gente se sentir como
se estivesse num baile e nesse baile também estivesse algum ex-namorado ou
ex-namorada sua. Pois é, o ambiente fica
pesado, você se sente observado e faz de tudo pra não trombar com ele. O mais
curioso é que é muito comum a gente ouvir os colegas de trabalho dizer que
“quando o chefe não está, o serviço parece fluir”.
Na visão do CHEFE, quando esse se ausenta da empresa, os
funcionários aproveitam para fazer atividades dignas de dar inveja a Calígula.
A frase favorita do chefe é “É o olho do dono que engorda a boiada”. Então, só esqueceu-se
de lembrar que só olhar não basta.
CHEFE é aquele cara que gosta da burocracia do papel, sente-se
muito bem em meio à papelada, adora fazer um tour na empresa para mostrar o
patrimônio, lisonjeia-se com a visita de um representante que escolheu sua
empresa para a visita e quase tem espasmos de prazer ao dizer à secretaria que
mande o ilustre visitante retornar em outro dia, pois não marcou horário.
O dedo mais usado por ele é o indicador, pois é através dele
que o mesmo dá suas ordens e exerce seu pseudo-poder. Diferentemente do LÍDER,
que prefere usar seu polegar, ao sinalizar um positivo como ferramenta de
motivação a seu funcionário.
Um CHEFE raramente se tornará um LÍDER, tendo em vista que a
autoridade do CHEFE está fundamentada na hierarquia, enquanto que a autoridade
do LÍDER está baseada no exemplo.
Chega um dia que o funcionário cansa de ser “índio” e sai da
tribo.
Cordial abraço
Edu Montoya

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