segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Nomofobia

Você trabalha, viaja, chega em casa louco para conversar e quando chega dá de cara com seu cônjuge prostrado em frente a um Smartphone ou laptop fazendo algo que certamente não contribuirá em nada para agregar algum conhecimento em sua vida; algo do tipo – jogar Candy Crush, Farmville ou qualquer outra coisa do gênero. Pois é, o mundo em que a pessoa se encontra é virtual, mas o problema é bem real.
 Smartphones, netbooks, Tablets e mais um batalhão de novos gadgets estão tomando o lugar de algo que diferenciam o ser humano dos outros animais; o diálogo. Existe uma nova citação que diz o seguinte: “A internet aproxima quem está longe e afasta quem está perto”.
O termo Nomofobia vem do inglês Nomophobia, que é uma forma abreviada de “No Mobile Phone Phobia” - algo como “Fobia de ficar sem celular”. Chegamos ao ponto de voltarmos para a casa buscar um telefone que esquecemos sobre a mesa, mas não nos damos o mesmo trabalho quando esquecemos algum documento ou coisa parecida. 
Os Smartphones tornaram-se prolongamentos de nossas mãos. A única diferença é que esse novo “órgão” é um inibidor de outro; a língua.
Lembro-me de minha adolescência onde ficávamos em grupos enormes de pessoas, sentados na calçada da casa de algum amigo, trocando idéias até de madrugada. Combinávamos encontros nas avenidas principais para terminar os assuntos que ficaram pendentes na escola. Onde foi parar tudo isso?
 A única coisa que a gente olhava, e de vez em quando, era para o relógio para não perder o horário que nossa mãe estipulava para chegar em casa. O resto do tempo era preenchido por muita conversa, piadas, causos, músicas e outras coisas mais.
 Ok, você pode me chamar de retrógrado, conservador, quadrado e do que mais quiser. Porém, serei obrigado a discordar de você.
Não me interpretem mal, mas criarei um neologismo para definir essas pessoas; “autistas virtuais”
 O Autismo é um transtorno global do desenvolvimento marcado por três características fundamentais:
 * Inabilidade para interagir socialmente;
 * Dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se;
 * Padrão de comportamento restritivo e repetitivo.

As pessoas já não mais possuem poder de argumentação. A oratória é algo de luxo, que pertence àqueles que ainda não se contaminaram pela onda tecnológica. Interagir socialmente resume-se a jogar online com pessoas que você nunca viu. Caligrafia bem definida é coisa de quem faz convite para casamento. Relacionamentos resumem-se a dar um “like” no post feito no facebook e atualizar o status de relacionamento.

O “autista virtual” é o tipo de pessoa que não está em lugar algum. O portador desta “patologia” tranca-se em seu mundo mental, existente em outro nível que geralmente não é o mesmo onde estão as outras pessoas em sua forma física. É capaz de dizer o que acontece em todo o mundo, bater o recorde em todos os joguinhos, mandar uma mensagem para todos os seus 467 amigos virtuais, responder prontamente ao primeiro beep de uma mensagem inbox, mas é incapaz de perguntar a seu colega de trabalho como foi o fim de semana.


Tornou-se chocantemente óbvio que a nossa tecnologia excedeu a nossa humanidade.”
 Albert Einstein


Cordial abraço
 Prof. Edu Montoya


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